ᴺᵒᵛᵃ ᵒⁿᵈᵃ ᶠᵃˢᶜⁱˢᵗᵃ

Tempos atrás, logo quando o sr. Lula ganhou, fiz um texto explicando que as políticas neoliberais, somada à quebra de promessas de campanha, pode ser um novo germe ao fascismo brasileiro.

Os bolsonaristas não só continuam existindo, como ficou bem claro que não existe um grande compromisso do governo em combater essas figuras de forma mais efetiva. Há muito um pequeno show, punições com a ideia de criar exemplos.


O cerne do movimento fascista no Brasil não foi tocado, continuamos com os evangélicos do pior tipo, com exército e polícia contra a população e a mesma mentalidade de CEO de si mesmo continua existindo (mesmo entre as minorias, o que não faltam são iniciativas de "lgbtqia+ empreendedores", por exemplo).


Nós não deixamos de ser o mesmo povo reacionário. O movimento petista, ou o tal do progressismo, ele não tem nenhuma perspectiva de esquerda. Ele acha legal negros, povos originários, mulheres, lgbtqia+, terem direitos, apoia alguma política pública aos pobres. Mas ali não há uma proposta política radical para destruição do capitalismo, há uma defesa muito grande por políticas que amenizem o capitalismo. E se formos olhar para a subjetividade de uma maneira geral, há uma reprodução de valores liberais.


Por mais que essa gente defenda as minorias no papel, na prática eles não querem fazer o enfrentamento político contra as forças reacionárias, sob pretexto de uma suposta necessidade de conversar com todo mundo.


Essas políticas de austeridade somadas com políticas sociais limitadas (que só servem para não ter um caos generalizado, ruim para os negócios), mantém vivos os grupos fascistas que surgiram e dá um novo ar para que grupos novos possam aparecer.


A esquerda mesmo, não esse bando de liberal moralista, não é grande, não está bem organizada e tem pouca capacidade de mobilização. Ter Lula lá ameniza alguma coisa da mobilização da direita, mas não muda o fato de que a esquerda radical não tem uma presença na política brasileira.


E política meus caros, não é só eleição e não é só manifestação. É a ocupação dos espaços, disputa por hegemonia, construção de comunidades, é autodefesa.


Hoje eu tenho mais elementos para confirmar a minha hipótese do que antes, me surpreende as organizações, os maluco cheio dos diploma, etc, etc, já não ter no mínimo algum plano de contingência para essa tendência.


Incomoda muito, principalmente agora no governo Lula, a quantidade de iniciativas de empreendedorismo voltadas para as minorias. Ou seja, aos poucos podemos perder mesmo esses movimentos para a direita.


Sendo aqui bem realista, o que eu vou dizer vai até soar muito cínico : se tudo estivesse tão bem, eu nem perderia meu tempo escrevendo sobre isso. Digo numa esfera geral e numa esfera pessoal. Até o momento, tem muita gente pobre que tá tudo bem, que não precisa se preocupar com nada disso que eu estou falando.


A tendência é que mesmo para quem tem o mínimo para não se preocupar, as coisas comecem a piorar. E quando a coisa pega, quem aparece como solução ? No Brasil de hoje, a direita.


A esquerda precisa deixar para lá um pouco essa história de atuar e aparecer só com a perspectiva eleitoral. Poder, dentre várias coisas, é você ter a capacidade de solucionar problemas. É você chegar numa comunidade e quem faz as coisas acontecerem ser você.


Assim era na Rússia no pós primeira-guerra durante a revolução. Você quer levar algo do ponto A ao B ? O Estado do Czar era incapaz de organizar qualquer coisa, quem era responsável por fazer as coisas acontecerem eram os sovietes.


Hoje, nós temos a capacidade de fazer algo da mesma natureza ? Ainda não. É algo muito distante no horizonte. Por isso assim, nessa nova onda fascista a melhor maneira para se cuidar é se organizando, nem que seja só entre amigos seus.


ℑ 𝔰𝔢𝔢 𝔱𝔥𝔞𝔱 𝔦𝔰 𝔰𝔬. "𝔗𝔥𝔦𝔰 𝔴𝔬𝔯𝔩𝔡’𝔰 𝔰𝔬 𝔰𝔦𝔪𝔭𝔩𝔢. ℑ’𝔳𝔢 𝔫𝔢𝔳𝔢𝔯 𝔨𝔫𝔬𝔴𝔫 𝔱𝔥𝔞𝔱. ℑ 𝔥𝔞𝔡 𝔣𝔢𝔩𝔱 𝔱𝔥𝔞𝔱 𝔱𝔥𝔦𝔰 𝔴𝔬𝔯𝔩𝔡 𝔴𝔞𝔰 𝔬𝔫𝔩𝔶 𝔰𝔠𝔞𝔯𝔶 𝔞𝔫𝔡 𝔳𝔞𝔰𝔱… 𝔅𝔲𝔱 𝔫𝔬𝔴 ℑ 𝔲𝔫𝔡𝔢𝔯𝔰𝔱𝔞𝔫𝔡. ℑ 𝔣𝔢𝔢𝔩 𝔳𝔢𝔯𝔶 𝔯𝔢𝔩𝔦𝔢𝔳𝔢𝔡.” 
- 𝔏𝔞𝔦𝔫 “ℑ 𝔰𝔞𝔦𝔡 𝔰𝔬 𝔡𝔦𝔡𝔫’𝔱 ℑ?" 
- 𝔉𝔢𝔪𝔞𝔩𝔢 𝔳𝔬𝔦𝔠𝔢

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