Uma breve abordagem sobre pós-modernidade.


Ninguém estuda essa porra. Essa é a nossa conclusão inicial. Dependendo do autor, pós-modernidade significa uma coisa, outro outra, e por aí vai.

Para alguns é a transição do capital industrial para o capital financeiro, para outros é estruturalismo e pós-estruturalismo francês, outros dizem que é essa onda de teoria queer e decolonial antirracista, tem gente que chama o pós-marxismo disso, por fim outros dizem que é essa sociedade imagética acelerada das redes digitais.


O que me faz concluir que não há leituras, muitas vezes pós-moderno é só um palavrão, assim como medieval e primitivo é para algumas pessoas.


Assim, eu prefiro manter a abordagem o máximo de minimalista possível. Justamente para não cair em problemas de compreensão e a gente não ficar discutindo coisas diferentes como se fossem iguais.


Pós-modernidade é essa condição moderna, gerida pelo neoliberalismo, de individualismo extremo, uma quantidade absurda de dados e informações, caracterizada muito pelas relações sociais mais rápidas, mais efêmeras, digitais e por um gerenciamento da vida voltado para produção e reprodução de dados.


Essa definição é baseada na realidade, ponto. Não tem essa de chamar colega de pós-moderno porque ele adota teoria queer, de ficar falando contra minorias e tal, usando uma suposta crítica à pós-modernidade.


A minha definição evita esse tipo de reacionarismo intelectual. Veja, o que é a universidade hoje senão um grande showroom de novos produtos para o mercado ?


Nessa sociedade que valoriza o digital, o trabalho intelectual é a principal fonte de lucro. Então faz sentido, dentro de uma perspectiva inclusive mercadológica, até mesmo o que era “desviante” algumas décadas atrás virar um nicho de mercado.


A Internet é democrática na medida que forma consumidores. O consumo online não é o mesmo da TV, que ainda abria um certo espaço para o coletivo, hoje a Internet é nada mais que um lugar que tem um produto para cada pessoa diferente.


Seja travesti, seja negro, etc. Cada um tem um produto personalizado para si mesmo. Os estudos da identidade ganham espaço justamente porque é nessa subjetividade que o capitalismo quer avançar.


Significa então que esses estudos são inválidos ? Não. Por isso eu gosto de ser bem reducionista no conceito, porque a gente pode olhar para esses fenômenos e denunciar o liberalismo, denunciar a insuficiência dessas políticas de inclusão pelo consumo (e evitar cair na onda PCO das ideia que é anti-minorias).


A grande questão também é que esse excesso de informação sobre o mundo (nem sempre verdadeira), cria uma dinâmica de “o mundo é pequeno demais”. Uma acontece lá na China e em menos de segundos nós temos a informação desse acontecimento. (cof cof COVID)


Agora a gente consegue avançar e colocar novas questões em pauta. Será que todo esse estímulo cognitivo não nos causa algum problema ? Será que a gente na verdade, emburreceu, por que apenas engolimos informações sem digerir ?


Ainda existe espaço e tempo para reflexão ?


Veja como trabalhar com o conceito, ao invés de usar ele como palavrão, possibilita que a gente possa pensar.


Leia os textos.