Acho que um dos grandes problemas que a esquerda brasileira tem é em conseguir se expressar. Em muita coisa a gente é bom, mas uma delas com certeza não é a comunicação.
Isso porque o marketing, a arte, as faculdades de comunicação, psicologia, são colonizadas por liberais e eles não têm nenhum interesse em lutar por uma revolução.
Em relação à arte, nós ainda temos muito aquele velho clichê de ou imitar Cuba, a URSS ou estereotipar muito alguma coisa da cultura popular. Ao mesmo tempo, existe uma certa alergia à nostalgia, em usar das memórias das nossas vitórias, das nossas derrotas, das nossas lutas, em nome de trazer algum espírito revolucionário.
Eu defendo a nostalgia, não tem nada mais burguês que querer defender a novidade sem nenhuma criticidade, em nome de querer “superar o passado”. Essa ideologia da novidade tem uma teoria de que o novo sempre é bom e é uma superação inabalável do velho.
Só que não é assim que a história funciona, nós “avançamos” na história, isto é, a história se desenvolve com base em alguma materialidade. Ou seja, é impossível você mudar alguma coisa sem considerar o passado para a criação de algum futuro. Nós subimos nos ombros dos gigantes para olhar mais longe.
O “novo” Iphone é a coisa mais velha que a gente tem. Se você for pensar a ideia do carro, ele seria uma coisa inconcebível se a gente não tivesse criado antes uma série de coisas. Imagina, literalmente, se a gente tivesse que reinventar a roda para criar um veículo como o carro ?
Para mim, é muito isso que esse álbum exala, é reviver esse espírito revolucionário - inspirar novas gerações a também construir um mundo onde o homem não explora outro homem.
Isso é tão importante quanto escrever bons textos e manifestos. Muita gente critica essa coisa de “não ser comunista o suficiente”, das pessoas aderirem ao comunismo meramente pela estética, como se existisse um medidor de comunismo em algum lugar.
Eu concordo que falta uma politização maior e uma educação melhor para os nossos militantes, mas isso acontece porque falta organização, não porque alguém gosta de comunismo pela estética.
Aliás, falta a gente combinar essa pedagogia com uma estética que atraia as pessoas. Ou seja, é importante também fazer as pessoas levarem a nossa mensagem para frente e reproduzi-la para o máximo número de pessoas.
Quero que você pense na quantidade de pessoas que votou no Bolsonaro ou que gosta do Bolsonaro, por conta da estética violenta que ele apresentava.
É interessante observar que muitos dos bolsonaristas aderiram à ele sem aderir a todo Bolsonaro. Isto é, tinha gente que aderia porque ele era evangélico, outros porque ele era ancap, tinha quem gostasse por causa das armas e tinha quem votou só porque ele irritava a esquerda e era contra o PT.
A estética é importante se a gente quer levar as nossas ideias para muitas pessoas e a gente vai precisar dessa pedagogia. Debord e Baudrillard (assim como outros da mesma laia), adoram dizer o quanto a imagem tomou conta da nossa época, ou o quanto nós estamos imersos em imagens.
Só que a grande questão e o elefante da sala, de Cuba, da União Soviética, China, os Panteras negras, etc, e mesmo o petismo (com todos os seus defeitos), é que eles conseguiram produzir e instrumentalizar as imagens para seus ganhos políticos.
O petismo no seu limite nos coloca num estado de realismo petista, o limite é esse reformismo rebaixado. Enquanto a União Soviética, por exemplo, nos leva a sonhar com a exploração no espaço e avanços na vida das pessoas inimagináveis. É isso que a arte faz, ela é um território de luta da nossa imaginação.
Por isso é tão importante ouvir lofi com músicas socialistas…Escute aqui embaixo.
Isso porque o marketing, a arte, as faculdades de comunicação, psicologia, são colonizadas por liberais e eles não têm nenhum interesse em lutar por uma revolução.
Em relação à arte, nós ainda temos muito aquele velho clichê de ou imitar Cuba, a URSS ou estereotipar muito alguma coisa da cultura popular. Ao mesmo tempo, existe uma certa alergia à nostalgia, em usar das memórias das nossas vitórias, das nossas derrotas, das nossas lutas, em nome de trazer algum espírito revolucionário.
Eu defendo a nostalgia, não tem nada mais burguês que querer defender a novidade sem nenhuma criticidade, em nome de querer “superar o passado”. Essa ideologia da novidade tem uma teoria de que o novo sempre é bom e é uma superação inabalável do velho.
Só que não é assim que a história funciona, nós “avançamos” na história, isto é, a história se desenvolve com base em alguma materialidade. Ou seja, é impossível você mudar alguma coisa sem considerar o passado para a criação de algum futuro. Nós subimos nos ombros dos gigantes para olhar mais longe.
O “novo” Iphone é a coisa mais velha que a gente tem. Se você for pensar a ideia do carro, ele seria uma coisa inconcebível se a gente não tivesse criado antes uma série de coisas. Imagina, literalmente, se a gente tivesse que reinventar a roda para criar um veículo como o carro ?
Para mim, é muito isso que esse álbum exala, é reviver esse espírito revolucionário - inspirar novas gerações a também construir um mundo onde o homem não explora outro homem.
Isso é tão importante quanto escrever bons textos e manifestos. Muita gente critica essa coisa de “não ser comunista o suficiente”, das pessoas aderirem ao comunismo meramente pela estética, como se existisse um medidor de comunismo em algum lugar.
Eu concordo que falta uma politização maior e uma educação melhor para os nossos militantes, mas isso acontece porque falta organização, não porque alguém gosta de comunismo pela estética.
Aliás, falta a gente combinar essa pedagogia com uma estética que atraia as pessoas. Ou seja, é importante também fazer as pessoas levarem a nossa mensagem para frente e reproduzi-la para o máximo número de pessoas.
Quero que você pense na quantidade de pessoas que votou no Bolsonaro ou que gosta do Bolsonaro, por conta da estética violenta que ele apresentava.
É interessante observar que muitos dos bolsonaristas aderiram à ele sem aderir a todo Bolsonaro. Isto é, tinha gente que aderia porque ele era evangélico, outros porque ele era ancap, tinha quem gostasse por causa das armas e tinha quem votou só porque ele irritava a esquerda e era contra o PT.
A estética é importante se a gente quer levar as nossas ideias para muitas pessoas e a gente vai precisar dessa pedagogia. Debord e Baudrillard (assim como outros da mesma laia), adoram dizer o quanto a imagem tomou conta da nossa época, ou o quanto nós estamos imersos em imagens.
Só que a grande questão e o elefante da sala, de Cuba, da União Soviética, China, os Panteras negras, etc, e mesmo o petismo (com todos os seus defeitos), é que eles conseguiram produzir e instrumentalizar as imagens para seus ganhos políticos.
O petismo no seu limite nos coloca num estado de realismo petista, o limite é esse reformismo rebaixado. Enquanto a União Soviética, por exemplo, nos leva a sonhar com a exploração no espaço e avanços na vida das pessoas inimagináveis. É isso que a arte faz, ela é um território de luta da nossa imaginação.
Por isso é tão importante ouvir lofi com músicas socialistas…Escute aqui embaixo.
"lofi hip-hop beats to organise/seize means to" de Toasted Tomatoes
https://toastedtomatoes.bandcamp.com/album/lofi-hip-hop-beats-to-organise-seize-means-to